1 a boca curta
2 o timbre inútil
3 alguns percursos inviáveis
soterrados
sob o peso deslumbrado dos asfaltos
4 intentos e caminhos reduzidos
a um tráfego de cansaços e esquecimento
5 a ilusão horizontal dos olhos
rasando a virtude da água
6 a dolorosa porção de espaço
perimetria do espasmo e dos espantos
enorme convulsão
entre o silêncio e a fábula
7 o gesto insuficiente do coração
entre o mar e o mar como se
mais mundo não houvesse e só
os territórios interiores
fatigados duma melancólica geografia.
as sete partidas duma viagem inflexível
quedam-se à volta de muitas raízes
e duma dramática sedução de flores
onde a luz quebra o viço generoso das sombras
e reforça a intensidade fátua dos perfis suspeitos.
( Irene Lucília )
Irene Lucília Mendes de Andrade, é natural do Funchal (1938). Licenciada em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Professora de Educação Visual.
http://singrandohorizontes.wordpress.com/2009/02/
4 comentários:
Lindos versos ...intensos...
Doce dia pra ti amiga... beijos...
Valéria
Interessante graças blog para acompanhar os textos de reflexão e abstração.Cumprimentos ...
Lindo, palavras poderosas e profundo significado.
Ωραία, δυνατά λόγια και βαθύ νόημα.
Fiquei surpreendida,agradavelmente surpreendida pelos meus versos chegarem tão longe. Sou a autora deles.Pertencem ao caderno "Amargo é o Estar do Tempo" inserto na Colectânea ILHA4. Obrigada por tê-los escolhido e incluido no seu blog, tão bem acompanhados por este dueto de piano e violino.
Abraço. Irene Lucília (Funchal)
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