terça-feira, 31 de julho de 2012
ACORDAR E VIVER
Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.
Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?
Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembra a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?
Ninguém responde, a vida é pétrea.
Autor: Carlos Drummond de Andrade
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4 comentários:
Uma bela poesia escrita por um verdadeiro e genial poeta como é Carlos Drummond de Andrade.
Beijos.
Parabéns pelo Post.Drummond é imbatível.
Seja feliz.Bjs Eloah
Olá Márcia,
Poema forte.
Drummond é sumidade na arte de versar.
Bela escolha.
Beijo.
Drummond é fantástico, poderia denominá-lo de o poeta do ontem, de hoje e de amanhã! Atualíssimo, sempre!
Gênio.Fantástico.
Beijo grande.
Tais
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