segunda-feira, 17 de setembro de 2012
AS MÃOS
Cinco dedos estendidos no vazio.
Através deles, o sol escoa-se
Como através de uma cortina de fumo,
Ténue e baço,
Incerto e pálido.
No chão desenha-se essa forma
Indecisa e sem substância.
Existir ou não é indiferente.
Se houvesse um relógio,
Talvez ele marcasse o tempo a esgotar-se
Como um coração que bate
Em direcção ao seu fim.
Ao longe, os ruídos
Dos carros que passam,
Apressados, compassados,
Urgentes da raiva que morde
E das mãos que ferem.
Amanhã.
Hoje esse degrau
Está ainda longe demais.
ANA BRILHA,
in A APOLOGIA DO SILÊNCIO
(Ed. Autor, 2012)
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Um comentário:
Minha querida
Como sempre escolhas maravilhosas, não conhecia a poeta, mas o poema é lindo.
Deixo um beijinho e agradeço o carinho no aniversário do meu blogue.
Sonhadora
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