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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A Morte Absoluta


"Morrer.
Morrer de corpo e alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despôjo da carne,
A exangue máscara de cêra
Cercada de flôres
Que apodrecerão -- felizes! -- num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade de que do espanto da morte,

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu.
Mas que céu pode satisfazer teu sonho do céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?"

Morrer mais completamente ainda
-Sem deixar sequer êsse nome.
(Manuel Bandeira)

PS: Este grande poeta passou a vida inteira a espera da morte.Segundo suas próprias palavras "meio século de convivência com a morte". Ele tinha tuberculose, e esta doença era quase que fatal naquela época. Assim sendo, o poeta vivia esperando a morte para qualquer momento. Porém, o destino lhe reservou uma grande surpresa e ele só veio a falecer muito mais tarde, com idade avançada. No entanto, Manuel Bandeira continuará vivendo eternamente em nossa lembrança e em nossos corações.

Um abraço,
Grega


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