terça-feira, 26 de março de 2013
De Repente
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
(Vinícius de Morais)
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Vinicius de Moraes
sexta-feira, 22 de março de 2013
ANÍMICO
Nasceu no meu jardim um pé de mato
que dá flor amarela.
Toda manhã vou lá pra escutar a zoeira
da insetaria na festa.
Tem zoada de todo jeito:
tem do grosso, do fino, de aprendiz e de mestre.
É pata, é asas, é boca, é bico, é grão de
poeira e pólen na fogueira do sol.
Parece que a arvorinha conversa.
Adélia Prado
segunda-feira, 18 de março de 2013
AMIZADE VIRTUAL
"Amizade...
Pode ser virtual,
pode ser pessoal,
Não importa!
O carinho de amigo
é sempre real...
Não importa
se nunca nos vimos
frente a frente,
mas somos leais e coerentes...
Somos amigos pra sempre.
O carinho de uma amizade
não tem distância...
ela vem por linhas,
vem através da nossa telinha
e pelos olhos
de quem tem
a felicidade de enxergar...
Amizade Verdadeira existe sim.
Basta a gente acreditar e fazer acontecer!"
(Bruno Bezerra)
quinta-feira, 14 de março de 2013
HOMENAGEM AO DIA DA POESIA
À Poesia...
Tu és senhora
Eu sou cativa
Tu me comandas
Eu obedeço
Tu és abrigo
Eu, inquilina...
Tu és semente
Eu sou o solo
Tu és raiz
Eu sou o adubo
Tu és eterna
Eu, passageira...
Tu és a rosa
Eu sou o espinho
Tu és o ovo
Eu sou o ninho
Tu és a máscara
Eu sou a face
Tu és mistério
Eu, revelação...
Dan
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terça-feira, 12 de março de 2013
EU
Sou só e sou eu mesma. O que pensem e digam
os demais, nada importa; eu tenho a minha lei.
Que outros a multidão, covardemente, sigam,
pelo caminho oposto, altiva, eu seguirei.
Que, sem brio e vergonha, outros tudo consigam
e que zombem de mim porque nada alcancei;
quanto mais, com seu ódio, o meu nome persigam,
tanto mais orgulhosa em trazê-lo, serei.
Às pedradas não fujo e as tormentas aceito;
mas a espinha não curvo em prol de algum proveito,
minha atitude sempre a mesma se revela;
A mim mesma fiel, a minha fé não traio;
e, se em dia fatal ferida pelo raio
tombar minha bandeira eu tombarei com ela!
(Adelaide (Yde) Schloenbach Blumenschein)
sábado, 2 de março de 2013
Querer
Não te quero senão porque te quero
E de querer-te a não querer-te chego
E de esperar-te quando não te espero
Passa meu coração do frio ao fogo.
Te quero só porque a ti te quero,
Te odeio sem fim, e odiando-te rogo,
E a medida de meu amor viageiro
É não ver-te e amar-te como um cego.
Talvez consumirá a luz de janeiro
Seu raio cruel, meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego.
Nesta história só eu morro
E morrerei de amor porque te quero,
Porque te quero, amor, a sangue e a fogo.
(Pablo Neruda)
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