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terça-feira, 27 de novembro de 2012

NADA SE PERDE


Eu tenho a esperança que nada se perde.
Tudo alguma coisa gera.
O que parece morto, aduba...
O que parece estático, espera.


Adélia Prado

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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Árias Pequenas. Para Bandolim


Antes que o mundo acabe, Túlio,
Deita-te e prova
Esse milagre do gosto
Que se fez na minha boca
Enquanto o mundo grita
Belicoso. E ao meu lado
Te fazes árabe, me faço israelita
E nos cobrimos de beijos
E de flores

Antes que o mundo se acabe
Antes que acabe em nós
Nosso desejo.

Hilda Hilst

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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

QUALQUER TEMPO


Qualquer tempo é tempo.
A hora mesma da morte
é hora de nascer.

Nenhum tempo é tempo
bastante para a ciência
de ver, rever.

Tempo, contratempo
anulam-se, mas o sonho
resta, de viver.


Carlos Drummond de Andrade,
in 'A Falta que Ama'


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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Aninha e suas pedras


Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.

Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.

Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

( Cora Coralina )

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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

TARDE DEMAIS

Quando chegaste enfim, para te ver
Abriu-se a noite em mágico luar;
E pra o som de teus passos conhecer
Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar…

Chegaste enfim! Milagre de endoidar!
Viu-se nessa hora o que não pode ser:
Em plena noite, a noite iluminar;
E as pedras do caminho florescer!

Beijando a areia d’oiro dos desertos
Procura-te em vão! Braços abertos,
Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!

E há cem anos que eu fui nova e linda!…
E a minha boca morta grita ainda:
“Por que chegaste tarde, Ó meu Amor?!…”

Florbela Espanca - Livro de Soror Saudade


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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Destino


à ternura pouca 
me vou acostumando 
enquanto me adio 
servente de danos e enganos 

vou perdendo morada 
na súbita lentidão 
de um destino 
que me vai sendo escasso 

conheço a minha morte 
seu lugar esquivo 
seu acontecer disperso 

agora 
que mais 
me poderei vencer?

Mia Couto

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