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domingo, 8 de julho de 2012

Soneto


O sol é grande: caem coa calma as aves, 
Do tempo em tal sazão, que sói ser fria. 
Esta água que de alto cai acordar-me-ia, 
Do sono não, mas de cuidados graves.

Ó cousas, todas vãs, todas mudaves, 
Qual é tal coração que em vós confia? 
Passam os tempos, vai dia trás dia, 
Incertos muito mais que ao vento as naves.

Eu vira já aqui sombras, vira flores, 
Vi tantas águas, vi tanta verdura, 
As aves todas cantavam de amores

Tudo é seco e mudo; e, de mistura, 
Também mudando-me eu fiz doutras cores. 
E tudo o mais renova: isto é sem cura!

Sá de Miranda

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3 comentários:

Olinda Melo disse...

Olá, marciagrega

Adorei ler este soneto de Sá de Miranda. Outros tempos, mas que acabam por se cruzarem com o nosso tempo, tal a semelhança dos desaires que os atravessam.

Bom domingo.

Bj

Olinda

MARILENE disse...

Antigos e lindos versos. Verdades que não desapareceram. Bjs.

Smareis disse...

Maravilhoso esse soneto da Sá de Miranda.
Lindíssimos.

Beijos e ótima semana!

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